segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A rebeldia do irmão mais novo


O derradeiro jogo do estádio Olímpico Monumental, o velho Casarão, acabou 0x0. A extrema cautela dos dois times quando disputam o clássico foi ampliada pela importância histórica da partida. Ninguém queria perder o último jogo disputado naquele gramado.

O Gre-Nal 394 ficou marcado pela rebeldia. O irmão mais novo entrou em campo disposto a aparecer mais do que o primogênito. E isso é natural. O que não é normal foram faltas violentas e o antijogo colorado. O Internacional parecia o Guarany de Bagé, com todo respeito ao alvirrubro.

"Timinho, timinho, timinho..." gritavam os gremistas ao ver três jogadores do Inter no chão esperando atendimento médico. Ou então quando o preparador físico do Inter, que parecia estar desacordado, levantou-se aos tapas com o paramédico da Unimed. Ou quando Osmar Loss comicamente isolou a bola para retardar a cobrança da lateral.

Era um Internacional assustado e, por isso, Muriel e Leandro Damião foram para o vestiário mais cedo.

Mas o Gre-Nal não foi só isso:

- Luxemburgo repetiu algo que já foi muitas vezes comentado neste blog: não fez o óbvio na decisão. Ao colocar Léo Gago, jogador que muito provavelmente será dispensado, no lugar do atacante Leandro, que também é limitado, Luxa abdicou do ataque. Assim como contra o Palmeiras pela final da Copa do Brasil, o Grêmio não conseguiu fazer um gol.

- No Internacional, Osmar Loss também foi muito cauteloso. Deixou no banco o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, Forlán, para colocar Josimar. Se fosse mais ousando, muito provavelmente acabaria com a festa dos gremistas.

- Quem esteve no Olímpico pôde perceber desde os primeiros minutos que o Grêmio entrou com o freio de mão puxado. O torcedor que esperava um time aguerrido, que não deixa o rival passar do meio campo, ficou decepcionado. Ficou parecendo que o medo de perder em um dia tão importante era maior que a vontade de vencer.

- Saimon é bom zagueiro. Tem vigor, sabe se antecipar, sabe sair jogando e é bom nas duas áreas. Mas precisa trabalhar um pouco mais o lado emocional para se tornar um grande zagueiro.

- Foi incompreensível a agressão de Leandro Damião. O centroavante da seleção brasileira fechou a temporada de maneira lamentável e perde valor no mercado. Também não podemos esquecer de Osmar Loss, Anderson Pico e Vilson que também não tiveram experiência para lidar com a pressão.

- Por fim, o árbitro Heber Roberto Lopes, que vinha tendo uma atuação razoável, tomou uma decisão autoritária e egoísta. Como se não bastasse dar apenas 5 minutos de acréscimos, quando deveria ter dado pelo menos 9 (6 pela paralisação nas expulsões de Muriel e Luxemburgo + 3 pelas substituições), o paranaense encerrou a partida com apenas 2 minutos de acréscimo!

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