quarta-feira, 6 de março de 2013

Grêmio vence e convence


Apesar da fragilidade do adversário, a atuação foi de luxo. O Grêmio não deixou o Caracas respirar, marcou gol logo no início da partida e mostrou que o time parece estar encaixando.

Na coletiva, logo após a partida, Luxemburgo reiterou a importância do planejamento. Foi oportunista. Tivesse o Grêmio sofrido um revés, certamente seria bastante questionado pelo fato de ter escalado os reservas no último clássico Gre-Nal.

Ainda assim, o treinador merece elogios: repetiu o time que goleou o Fluminense no Rio de Janeiro. Não inventou. Fez o óbvio e colheu um ótimo resultado.

O entrosamento, que foi tão debatido após a derrota para o Huachipato, está começando a aparecer. O toque de bola apareceu e as jogadas mais trabalhadas passaram incorporar o repertório tricolor. A boa notícia para os gremistas é que esta foi apenas a sexta partida deste time. As perspectivas são as melhores possíveis.

Foto: Reprodução
Lamentável foi a depredação do estádio. Diversas cadeiras foram quebradas por vândalos. É inacreditável como supostos torcedores têm coragem de destruir o patrimônio do próprio clube.

Os autores deste desserviço, mais uma vez, seriam pessoas ligadas à Geral do Grêmio. Os mesmos responsáveis pelas brigas que acontecem em todos os jogos do clube.

terça-feira, 5 de março de 2013

Vitória ou vitória


O Caracas já ganhou 11 campeonatos venezuelanos. Desde 2000 foram 7 conquistas que alçaram o time da capital a posição de maior campeão daquele país.

Depois de 4 anos, Grêmio e Caracas se reencontrarão na noite desta terça-feira. Em 2009, os dois clubes se enfrentaram nas quartas-de-final da Copa Libertadores. Naquela oportunidade, o Caracas fazia sua melhor campanha na competição. Foram dois empates e o Grêmio avançou pelo saldo qualificado.

O Grêmio tem a obrigação de vencer. Nenhum outro resultado interessa. Precisa encurralar o adversário desde o primeiro minuto de jogo e ter paciência para superar a retranca dos venezuelanos.

segunda-feira, 4 de março de 2013

O associado em segundo plano


Abaixo, palavras de Eduardo Pinto, presidente da Arena Porto-Alegrense.

"Hoje, o anel superior é todo feito para a migração do Grêmio, com exceção de pequena parte de visitantes."

A Arena Porto-Alegrense contrariou uma tendência de sucesso no futebol mudial. Deixou de valorizar o associado e passou a apostar nos torcedores de ocasião, aqueles gremistas . Reservou para os seus torcedores mais fiéis área mais distante do campo.

Veja bem: ao invés da valorizar o sócio (aquele contribuinte mensal que investe no clube, aquele que faz todos os tipos de esforços para manter sua mensalidade em dia, aquele que canta o tempo inteiro), os responsáveis pela gestão da Arena fizeram exatamente o contrário. Ofereceram para estes gremistas o setor mais desvalorizado do novo estádio.

Os argumentos de que foram mantidos exatamente os mesmos preços e de que a visibilidade neste setor é superior a de qualquer lugar do Olímpico são tão absurdos quanto os muros que desabaram com a avalanche.

Primeira pessoa


Eduardo Pinto, presidente da Arena Porto-Alegrense, e Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos, concederam entrevista neste final de semana ao jornal Zero Hora para esclarecer o que está acontecendo na Arena.

Em diversas passagens da entrevista, Eduardo Pinto fala na primeira pessoa, como se fosse o proprietário da Arena.

"Bom, estava vazio porque as pessoas que têm direito a ir lá não compareceram ao jogo. Mas o lugar é delas, está garantido. Não posso vender esses ingressos. Em breve, quero vender tudo. Terei muito pouco para vender em bilheteria. O programa de preço foi estabelecido com o Grêmio, com estudos."

Fica bastante claro que o Grêmio não terá autonomia alguma dentro dos próximos anos. Por 20 anos, o tricolor será refém de aventureiros em gestão de estádios.

Se, neste negócio, o principal objetivo da OAS é maximizar o lucro, o Grêmio, por outro lado, desejava oferecer maior conforto para os torcedores de forma a encher o estádio e melhorar a performance dentro de campo.

Desejava, porque da união destas duas grandes instituições nasceu a Arena Porto-Alegrense. Empresa gerida por Eduardo Pinto, um mineiro aventureiro sem ligação alguma com o Grêmio e que sempre deixou bem claro que seu objetivo como presidente é maximizar o faturamento.

O que mais impressiona é que, pela lógica, se a OAS é a responsável pela construção do estádio, o Grêmio deveria ser o responsável por administrar o estádio. Afinal de contas, são mais de 100 anos de experiência, um grupo seleto de profissionais capacitados e um know-how diferenciado.

Mas, não. O Grêmio abriu mão de tudo. Até mesmo da decisão de onde deseja jogar.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Titulares ou reservas?


Contrariando as suas próprias palavras, Luxemburgo escalou os reservas para disputar o Gre-Nal. Em entrevista coletiva, após a derrota para o Huachipato, na Arena, o treinador havia afirmado que os jogadores precisavam jogar juntos mais vezes para ganhar entrosamento. 

Nove dias separavam o Gre-Nal da partida contra o Caracas, que será disputada em casa. Havia tempo suficiente, portanto, para descansar e treinar. Parece que os motivos que levaram Luxemburgo a escalar os reservas foram outros.

O Grêmio começou a semana em alta. Tocou 3x0 no Fluminense em pleno Engenhão. Perder para o Internacional poderia colocar a autoestima tricolor ladeira abaixo. E se vencesse a partida, o Grêmio, muito provavelmente, jogaria com time misto nas fases finais da Taça Piratini.

O torcedor tem todo direito de reclamar, pois colocar o time reserva acaba desqualificando o espetáculo. Por outro lado, o Grêmio deve ter um planejamento para o futebol e, colocar os reservas, deve fazer parte deste projeto.

Eu acho que o time tem que entrar com a equipe titular quase sempre. Tem que ficar com a corda esticada. Em futebol, o planejamento deve ser revisto a cada final de semana, e, por isso, não faz sentido o treinador vir a público dizer que eles estão seguindo um planejamento que foi estabelecido no início da temporada.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fluminense 0 x 3 Grêmio


O Futebol a Granel ainda está em férias.

Quem teve a oportunidade de assistir a partida entre Grêmio e Fluminense, no Engenhão, pela segunda rodada da Libertadores da América 2013, viu um Grêmio com cara de Grêmio.

Não importa se os jogadores são de grife ou não, se o salário é alto ou baixo ou, até mesmo, se eles são gaúchos. Para jogar no Grêmio é preciso ter raça e vontade. Não pode desistir de nenhuma jogada. Não pode tirar o pé de nenhuma dividida.

Aposto que foi isso que Fábio Koff cobrou do seu elenco antes dessa partida: podemos até perder, mas que seja correndo incansavelmente por 90 minutos.

Fernando entrou, ajeitou a defesa e deu segurança para Souza sair jogando. É titular incontestável.

Barcos dispensa comentários. Participou nas jogadas dos três gols. É o legítimo 9.

André Santos fez boas jogadas e em breve deve estar adaptado. Vargas foi apenas razoável: marcou um gol , mas ainda parece sentir a falta de entrosamento. Zé Roberto começou tímido, mas se soltou na segunda etapa. Elano definitivamente não tem bom preparo físico, mas compensa no chute de fora da área e na bola parada. Werley e Cris não deram chances para o ataque adversário. Dida não trabalhou e Pará mostrou a disposição de sempre.

O treinador Luxemburgo fez o óbvio. Montou exatamente a mesma equipe, sacando Adriano. 

E, se continuar fazendo o óbvio, o Grêmio é candidato ao título.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Grêmio 1 x 2 Huachipato


O Futebol a Granel está de férias, mas, diante da partida de ontem, alguns comentários são necessários.

PELA VOLTA AO OLÍMPICO

Diferentemente do técnico, acredito que a volta para o Olímpico deve ocorrer por outros motivos

A Arena ainda não está pronta. As vias de acesso necessitam de investimentos, o estádio precisa ser concluído, o gramado deve ser repensado (talvez foi escolhida a grama errada?), o estacionamento está completamente desorganizado, os funcionários designados para orientar os torcedores não sabem dar informações, os bares e banheiros precisam ter melhores condições de higiene, metade dos torcedores sentados nas cadeiras gramado (269,00 mensais ou 120,00 por jogo) incrivelmente ficaram na chuva, etc.

Elevar as mensalidades para preços exorbitantes sem oferecer condições mínimas é um tiro no pé. O torcedor é um apaixonado pelo clube, mas não é palhaço. A inauguração do estádio ocorreu há praticamente dois meses e até hoje não foi realizada uma limpeza adequada.

O Olímpico, por outro lado, é razoavelmente confortável e é a verdadeira casa dos gremistas. Lá conquistamos muitos títulos. Volta, Olímpico.

Vamos jogar a última Libertadores no velho casarão e levantar mais uma taça.

EM CAMPO

É verdade que o gramado da Arena está em péssimas condições, porém isso não é justificativa para a desastrosa atuação diante do chileno Huachipato. Fábio Koff foi sábio ao reconhecer que sim, o gramado não estava em boas condições, mas que o time precisa mudar muito para ser campeão de uma Libertadores.

Os grandes times do Grêmio não começaram a jogar bem do dia para a noite. Foi assim com aquele time multicampeão do Felipão e com a máquina montada por Tite em 2001.

AS ESTREIAS

Barcos foi bem. Acabou de desembarcar, vestiu a camisa e, em sua primeira partida, foi o melhor em campo. Os demais não foram bem. Mas com apenas uma partida não dá para tirar conclusão alguma.

O TÉCNICO

Luxemburgo é um bom treinador para administrar um time com tantas estrelas como o Grêmio.

Mas precisa mudar algumas coisas. Mais uma vez decidiu inovar em jogo decisivo, mesmo motivo que eliminou o Grêmio de quatro competições na última temporada.

Até agora ninguém conseguiu entender por que sacar Fernando e colocar o recém-chegado Adriano. Alex Telles também deveria ter continuado. Não dá para mexer em tantas peças de um jogo para o outro, senão o time não consegue trocar passes.